away from yourself

/ sábado, 11 de dezembro de 2010 /

Segredos doem quando não podem ser compartilhados...

Solidão em nada tem a ver com o palpável...
Não é nada sobre ter um namorado ou amigos, e nem a qualidade deles.
Tem a ver sobre quem você é, quem mostra ser e o que procura. E eu sinto que, infelizmente, tem uma parte em mim que eu não deixo, e nunca deixei tomar posse de minhas decisões.
Essa parte intransigente, petulante. Insiste em ter voz.
Voz essa que eu gentilmente abafo.
Não sei se por medo do que ela diz, ou porque o que ela diz é verdade.
E tenho essas vontades, esses anseios, essas manias, que eu insisto em ignorar.
E eu me vejo aqui, agora. Sendo quem eu queria ser, quem eu escolhi ser, ou quem eu "me permiti" ser. E acredite, é tão exaustivo se esconder de verdade de você ou dos outros, que ao deitar após um dia exaustivo, eu respiro fundo dizendo mentalmente "parabéns" você conseguiu mais um dia.
Não digo que essa parte é ruim, que não dizer o que penso é ruim. Ruim mesmo é ver que as pessoas se acostumaram a você de tal maneira que não importa o que você faça, ou o quanto se esforce, elas já não te notam mais. Você virou o que eu chamo de "amigo de apoio" e isso inclui minha familia. Faz tempo que não vejo real interesse de ninguém sobre mim, que não seja baseado em algum interesse próprio. Eu me esforço, tento fazer as coisas do modo certo, mas mesmo assim... Eu sou apenas o apoio. Alguem que só se sentem falta quando é preciso, e não importa o quão grande seja minha dor, ou o quanto eu precise de alguém, as pessoas acham que eu sou forte o bastante para suportar tudo sozinha, mas eu não sou e caramba... eu também preciso delas. E isso meio que... me faz surtar as vezes, eu fico sozinha, me tranco no quarto e abafo esses sentimentos sozinha, os escondo em o que eu julgo mais distante em mim, policio os meus pensamentos, mas essa droga toda torna a surgir e eu já não consigo ter forças para afastá-la. Como anos acumulando algo e finalmente o recinto já não suporta mais, o copo esta transbordando e eu estou tendo o cuidado de deixar cair aos poucos, para não sujar tanto o chão. E ás vezes eu me questiono, só as vezes, pois não gosto de me colocar no papel de "vitima induzida e frágil" ... penso que, talvez... Eu também merecesse uma mãe, e ter discussões com ela, como minhas amigas e tratar disso como meu único problema,e merecesse me sentir amada por ela... e também... talvez eu merecesse ter problemas reais, desses que a gente sabe que tem uma solução e não essas coisas doidas que por algum motivo sempre acontecessem comigo, talvez se eu não tivesse que suportar o peso dos meus familiares e pudesse apenas ser adolescente, eu agradeceria... talvez se eu olhasse para trás e tivesse boas lembranças e sorrisse ao lembrar da minha infancia, eu agradeceria também. Ou se talvez eu tivesse algum apoio de vez em quando também, sabe... alguém que me dissesse "como está? o que houve?" e me ouvisse até o final sem me interromper com algum problema pessoal, ou se quando eu estivesse em uma roda de amigos, eles me ouvissem até o final, o que de fato nunca ocorre, talvez por eu falar sempre muito baixo ou talvez porque eles não querem me ouvir...

E eu sei que esses "talvez" não ajudam em nada, e eu também não estou reclamando da minha vida... Mas um "talvez" é como um desses pequenos espasmos no meio de uma noite de sono, que nos perturba por alguns segundos, e depois apenas nos viramos e voltamos a dormir.

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