Verdade irrefutável

/ sábado, 18 de setembro de 2010 /

" O pensamento é triste; o amor insuficiente;
e eu quero sempre mais do que vem nos milagres
Deixo que a terra me sustente;
guardo o resto pra mais tarde"
Cecília Meireles - "Explicação"

E eu já não tenho mais certeza de nada.
Nada firme me sustenta, nem a terra nem o chão ...
Antigos fragmentos dogmáticos que antes, eu na ilusão de ser dona da minha vida,julguei como verdades irrefutáveis, e hoje surpresa me vejo repelindo antigas regras.
Mente ampla, coração forte, espírito saudável e tudo passa a ser mutável,lícito.
De contra mão meus valores, porém são os mesmos, enraízados em excessões convalescentes á minha consciência.
Não é que eu me perca, mas quanto mais fujo, mais acrescento á mim ao voltar para casa.
Quero mais, quero tanto quanto posso ter, quero histórias para contar, mas histórias de que eu possa me orgulhar.
Tenho obviamente um olhar desconfiado que vai de encontro á minha curiosidade.
Minha liberdade é contida, eu confesso, sobreposta ás minhas regras, nas quais eu mesma impus.
E não é que eu me perca...
É que eu quero ir o mais longe possível, para acrescentar o mundo todo e tudo o que ele pode me oferecer .

"Quero todas as meias verdades, tudo que não foi comprovado;
atestado;
Quero tudo de uma vez, tenho sede de viver...
tenho sede de vida ."

I don't think, I FEEL

/ quinta-feira, 16 de setembro de 2010 /

Sentir.
Sentir não é entender. Não é compreender.
E está muito longe de ser identificar, prontificar.
Não é separar, amansar. descrever.
É tudo junto, tudo emaranhado, marcada em linhas curvas, é tudo o que o homem não consegue rotular.
É uma indiscritivel presença da ausência do eu poético, é como tentar colocar em palavras a brisa leve do mar, é o balançar fluido de folhas ao vento.
É tudo o que causa descontentamento...
Com um leve sorrir.

Sentir.
São duas badaladas de um sino surdo.
Um oco preenchido pelo vazio do contraditório.
É o reverso em meio à confusão, é o calar da noite.

Sentir.
São notas frias, um arrepio perturbador
que acalenta os doces sonhos de um ser.
 
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